sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Escunas e barcos são impedidos de trabalhar com ventos aceima de dez nós

A Capitânia dos Portos esteve em Búzios garantindo que nenhuma, das vinte e sete embarcações de turismo que atuam no litoral da Cidade, saíssem ao mar para realizar os tradicionais passeios com turistas quando a velocidade do vento atingir 10 nós. A proibição atende a uma norma da Marinha que impede embarcações de turismo operem suas atividades normais quando a velocidade do vento atinge 10 nós, algo em torno de 16 quilômetros por hora.
Para operadores do sistema a regra é rígida demais já que existem embarcações de médio porte realizando este tipo de passeio. Estes barcos de até 80 toneladas e capacidade máxima de 200 passageiros, seriam estáveis o bastante para navegarem com conforto e segurança, mesmo com ventos acima do patamar estipulado pela Marinha.
Romney de Aguiar, presidente da Associação de Barcos de Turismo de Armação dos Búzios (ABAT), acredita que o setor precisa ter maior flexibilidade para trabalhar já que a região costuma receber ventos regulares praticamente durante todos os doze meses do ano.
- O dispositivo normativo do Regimento do Tráfego Marítimo (RTM) deveria ser flexibilizado para 15 ou até mesmo 20 nós. Em dias de vento os operadores e capitães das embarcações costumam fazer um passeio junto a costa, no trajeto entre Tartaruga e João Fernandes. Percursos entre a costa e a Ilha Feia, por exemplo, não são operados em condições de vento; o próprio turista não se sente confortável, e o pessoal de mar sabe disso - conta Romney ao PH.
Outra observação do empresário é que a maioria das escunas que operam na Cidade têm condições de dar a volta ao mundo, tal é a segurança que elas oferecem: - Temos equipamento de salvatagem e guarda vida a bordo, casulos que são boias que se abrem em caso de emergência, e calado de 40 cm que tornam as escunas bem seguras para navegar. Proibir a navegação à 300m da Costa é uma incoerência total – reclama Romney.
Segundo o presidente da Abat, com a restrição aos passeios marítimos, cerca de 100 profissionais como marinheiros, mergulhadores, aquataxistas e pescadores que também fazem passeio de traineira, estarão impedidos de trabalhar a maior parte do ano, além de outra centena de pessoas que trabalham indiretamente com a atividade, o que poderia desencadear uma crise financeira sem precedentes no setor Náutico e no Comércio de Búzios.
- Vamos nos reunir com o capitão dos portos e apresentar estudos técnicos realizados por oceanógrafos, comprovando que a Cidade oferece ventos tão regulares que lhe deram inclusive o título de ‘raia mundial da vela’. A proibição, que visa à segurança de todos, poderia valer para ventos acima de 15 ou 20 nós, pois ao contrário de outros lugares, Búzios não tem registro de acidentes com embarcações de turismo provocados por ventos. Esperamos que a marinha aceite a proposta, - pondera o presidente da Abat espera poder discutir os limites para operar os passeios turísticos o quanto antes.

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